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Uso de dados em crises: como a Coreia está conseguindo conter o coronavírus?

Por: Mutant, abril 3, 2020

O uso de dados em crises é fundamental pra fazer previsões, projeções e tomar as medidas que podem realmente gerar resultados. Em casos como o que vivemos atualmente com o coronavírus, o componente social é uma influência determinante e difícil de prever.

Como saber o comportamento das pessoas antes de elas agirem? Quando têm medo? Quando lidam com algo desconhecido? Principalmente, porque não é como monitorar um pequeno grupo de pessoas. Ainda assim, a Coreia está conseguindo conter a pandemia em seu território, devido à forma como coletou e analisou os dados. 

Não é a primeira vez que as pessoas usam informação para a proteção de catástrofes, sejam causadas naturalmente, sejam pela própria ação do homem — como as grandes guerras. Mas isso nunca tinha ocorrido em proporções tão expressivas desde o início da era Transformação Digital

É um assunto delicado e que muitos preferem evitar no momento, mas essas dificuldades podem ser superadas com objetividade e ação — como fez a Coreia. Precisamos aproveitar essa experiência e, dentro do possível, assumir o controle pra evitar perdas na vida social e econômica. Leia e entenda!

Qual é a importância do uso de dados em crises?

Existem pessoas que vão interpretar a situação atual com base em notícias falsas e suposições. Isso faz parte do problema, pois torna a atitude delas imprevisível. De outro lado, a coleta de dados detalhados e precisos permite saber, por exemplo, o exato número de infectados.

Por isso, alguém pode observar a quantidade deles na Alemanha, por exemplo, e acreditar que o país está em situação pior do que em algumas das nações em desenvolvimento — com menos casos reportados. Mas um pouco mais de cuidado na análise de dados vai revelar que o que ocorre no caso germânico é uma maior disponibilidade de testes. 

Em média, sabe-se que um infectado transmite o vírus pra duas ou três pessoas. Se esperarmos que a doença se manifeste pra executar os testes, os casos sem sintomas não serão computados — o que ocorre bastante.

Além disso, estaremos trabalhando com uma realidade de com alguns dias de atraso, correspondente ao tempo necessário para a manifestação da gripe. Ou seja, o problema é que os pacientes que testaram positivo hoje já estavam com o vírus há um certo número de dias e contaminaram mais duas ou três pessoas até serem isolados.

Quando observamos o caso da China — aparentemente solucionado com rapidez, mesmo com uma população gigantesca —, fica difícil entender como a Itália, por exemplo, precisa administrar um número muito maior de casos.

Um dos fatores é que os italianos não tinham a informação certa, ao passo que o governo chinês teve uma ação imediata. A cidade foco foi rapidamente isolada, evitando que a pandemia — na época, uma epidemia — se espalhasse pelo país.

O problema é que essa informação chegou incompleta pra Itália e outros países. Demorou um tempo até que estudos mais conclusivos estimulassem ações mais diretivas. Antes disso, o que eles viram foi um caso grave, mas com baixa taxa de mortalidade e rapidamente solucionado. Inglaterra e Estados Unidos também começaram com medidas mais leves, mas alteraram a política de contenção um pouco depois, pois não consideraram a dimensão real do problema desde o início — novamente, por falta de dados.

Em termos comparativos, a Itália demorou poucos dias a mais que a China pra reagir, mas eles foram suficientes pra gerar um quadro triste e grave. Isso nos mostra a utilidade dos dados em tempos difíceis, além da importância de uma tomada de decisão rápida e precisa — algo que a Coreia do Sul fez muito bem.

Como a Coreia do Sul usou a tecnologia pra combater o Coronavírus?

Até o dia 16 de março, a Coreia do Sul diagnosticou um dos maiores números de infectados registrados no mundo (8162 casos), mas uma das menores taxas de letalidade (0,9%). Poucos dias antes, 210.000 testes já tinham revelado 7.513 pacientes contaminados. Ou seja, em comparação a outros países, um crescimento baixo, com uma taxa de mortalidade inferior.

O maior número de infectados é, na verdade, resultado de eficiência e precisão na coleta de dados, o que permite prever a evolução de pandemia e, até onde é possível, o comportamento das pessoas. A ação foi:

  • planejada: o que permitiu uma reação rápida;
  • criativa: o que facilitou que fossem encontradas soluções pra problemas totalmente novos;
  • precisa: o que garantiu qualidade de informações;
  • detalhada: o que possibilitou prever os cenários, o comportamento das pessoas e as intervenções nos pontos prioritários.

Como você já deve ter observado nos noticiários, foi a Coreia do Sul que criou o sistema de testes em “drive-thru”. Isso permitiu a coleta ao ar livre, evitou aglomerações e outras situações de risco. 

Além disso, as informações foram plenamente divulgadas, gerando, inclusive, questionamentos com relação à privacidade. Aliás, esse é um dilema recorrente. As empresas enfrentam o desafio de levantar dados sobre os clientes pra entrega personalizada, mas sofrem com limitações e riscos de punição, devido à preocupação com segurança e exposição pessoal — especialmente no uso do big data.

Mas deixando a polêmica de lado, o fato é que a população sul coreana pôde identificar os locais com maior risco de contágio e a provável origem de cada contaminação. Já na Itália, a doença foi apontada, no dia 11 de março, como 8 vezes mais letal do que na Coreia do Sul.

Parte dessa diferença se deve a fatos não controláveis, como o de a população italiana ser mais idosa e, portanto, mais vulnerável. Mas isso não é suficiente pra justificar uma diferença tão expressiva e também não explica uma curva de crescimento menos acentuada.

Com ações mais direcionadas, os recursos de saúde da Coreia do Sul foram mais bem aproveitados, pois os casos de infectados eram identificados antes de se tornarem graves. Além disso, como essas pessoas foram isoladas, elas não transmitiram o vírus, interrompendo o crescimento pandêmico. 

Um banco de dados estruturado permitiu processar e compartilhar os levantamentos com agilidade e facilidade de acesso, favorecendo ações localizadas. Na Itália, a quantidade de testes aplicados não permitiu isolamentos e a diminuição da curva de crescimento, o que sobrecarregou o sistema de saúde e, atualmente, dificulta ainda mais a coleta de dados.

Pra concluir, precisamos mencionar que, no contexto empresarial, o uso de dados em crises é o único meio de encontrar soluções efetivas para os clientes. Algumas atividades não poderão continuar durante certo período, outras funcionarão parcialmente, mas todas precisarão, em algum momento, encontrar formas eficientes de atender às necessidades do consumidor, como fez a Coreia do Sul com seus cidadãos. 

Leve as informações que viu por aqui pra mais pessoas. Boas iniciativas baseadas em dados serão fundamentais pra superarmos a crise do coronavírus. Compartilhe este post com seus contatos!

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