Coolhunting & Trends

Coolhunting: sua empresa está preparada?

Por: Mutant, junho 4, 2018

Coolhunting: o que é, você sabe? O termo em inglês denomina a profissão que basicamente consiste em pesquisar tendências, ou seja, o que será considerado “cool” no futuro. Esse termo do marketing surgiu nos anos 1990, muito embora ele possa ser utilizado em vários outros setores, como na psicologia, na moda e até mesmo no RH — o mercado tende a se preocupar cada vez mais com a competitividade, que requer inovação constante.

Neste artigo, explicaremos melhor o que é, como funciona e por que sua empresa deve adotar essa prática o mais rápido possível. Continue lendo e confira!

O que faz um cool hunter?

O cool hunter é o profissional que busca prever as próximas tendências e inovações. Nada é apenas por intuição, embora ela ajude bastante na tarefa. Para chegar a fatos conclusivos, um cool hunter analisa diversos fatores em todo o mundo, no mercado e na sociedade como um todo. Ele também verifica por que essas novidades surgiram, a fim de entender se, de fato, é uma tendência ou somente algo passageiro.

Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, ser um cool hunter não é apenas estar antenado a tudo, mas também ter curiosidade e senso crítico para analisar o presente e verificar o que poderá acontecer no futuro.

Pesquisar novas ideias, comportamentos diferenciados e manifestações culturais é um trabalho indispensável para esse profissional. É preciso disposição, conhecimento prévio e uma boa capacidade de observação. Eles tiram fotos, levantam hipóteses e fazem relatórios completos.

O cool hunter traz todas essas descobertas para a empresa, que vai analisar as tendências culturais e transformá-las em produtos ou implementar transformações que possam ser vantajosas futuramente.

O profissional não pode ter qualquer tipo de preconceito: é imprescindível manter a mente aberta. Ele tem que ter a capacidade de analisar o zeitgeist, que é um termo alemão e a tradução significa sinal dos tempos, sendo um conjunto do clima cultural e intelectual do mundo em uma época determinada.

Para isso, tem que sair de sua zona de conforto. De acordo com a cool hunter Fah Maioli:

“É só saindo da zona de conforto que descobrimos o outro, os outros e o mundo.”

Errar não é uma opção, pois atuar no segmento de cool hunting significa entregar um mapeamento com informações certeiras. Ele não pode dizer que uma ação viral passageira, que termina em um ano, por exemplo, será uma tendência. Além disso, é necessário que o cool hunter apresente formas de aplicar as tendências nas empresas em tempo hábil, o que deve ser feito de forma natural, sem parecer forçado.

Quais são as formas de atuação de um cool hunter?

Atualmente, essas questões têm sido muito debatidas, e já existem até ferramentas que servem para pesquisar tendências, como o Google Trends e o Trendwatching. Quer mais alguns exemplos de tendências que transformaram o mercado? Então, veja quais são as principais áreas de atuação!

Marketing

A área é uma das primeiras que conseguem expressar os sinais e fazer com que eles sejam adotados por um número grande de pessoas. Na área, o profissional tenta entender com profundidade quais são as maneiras mais interessantes e eficientes para que a comunicação seja realizada de acordo com o contexto temporal e geográfico em que a empresa está inserida.

Indústria alimentícia

Os sinais também estão presentes na alimentação, já que a comida que está em nossa mesa está relacionada com a cultura e os hábitos da população. Nesse mercado, uma das principais funções é entender quais são as prioridades alimentícias das pessoas (que podem ser a sustentabilidade, a saúde e a praticidade, por exemplo). Assim, as empresas têm como tomar decisões quanto a inovações e mudanças nos produtos produzidos.

Tendências do mercado alimentício

Um exemplo de como a tendência pode alterar os rumos das empresas está na preocupação com produtos mais naturais, saudáveis e sustentáveis. Várias marcas famosas caminham para tornar seus produtos atrativos para os clientes, que a cada dia se preocupam mais com essas características.

De acordo com o relatório The Top 10 Consumer Trends for 2017, 83% das pessoas estão dispostas a gastar mais para ter uma alimentação mais saudável e 79% substituem produtos da alimentação por opções melhores para a saúde.

Não é à toa que diversas empresas alimentícias começaram a fabricar produtos com menos gordura, sódio, calorias e conservantes. Além disso, surgiram também muitos restaurantes especializados em comidas naturais e orgânicas.

Indústria Cosmética

Depois de ver as outras atuações, você poderia supor que o cool hunter dita a próxima moda relacionada com o batom ou blush do mercado. Entretanto, o profissional está muito além disso e identifica quais são os pontos que são mais importantes para os consumidores. Com as informações em mãos, as empresas conseguem criar produtos que estejam mais de acordo com as crenças, os valores e os costumes dos consumidores. O funcionamento é parecido ao da indústria alimentícia.

Tendências do mercado de cosméticos

O veganismo é um estilo de vida que impacta muito mais que o mercado alimentício. Várias empresas de cosméticos já não fazem mais testes em animais nem colocam nada de origem animal em seus produtos. Elas também passaram a abandonar compostos que são prejudiciais à saúde, como o petrolato.

Aqui no Brasil, já existem empresas que vendem produtos completamente veganos e cada vez mais corporações estão se preocupando com essa questão para atender às exigências do público.

Tecnologia

A tecnologia é uma das áreas em que os cool hunters são mais necessários, já que ela reflete as diversas mudanças que acontecem na sociedade e, ao mesmo tempo, ditam quais serão as próximas. Dessa forma, o profissional do setor tem como responsabilidade entender quais são as experiências e necessidades que não foram atendidas e fazer com que as empresas consigam melhorar ou criar produtos que possam oferecer soluções para os problemas apontados.

Moda

O setor foi um dos primeiros em que os profissionais atuaram e continuaram sendo muito requisitados. O interesse é entender como a roupa tem poder de comunicação e quais são as possibilidades de interação, entendendo quais são as necessidades do público que não estão sendo atendidas pelas principais empresas.

Mercado turístico

As agências de viagem passaram a utilizar o cool hunting para descobrir quais são as tendências de viagens, sobre o que as questões que os turistas mais pesquisam e os modos como fazem suas buscas. Com essas informações, conseguem direcionar promoções, ofertas e produtos certeiros.

Quais são as outras influências do cool hunting?

Mas não são apenas nesses nichos que o cool hunting pode fazer a diferença. Na verdade, qualquer segmento consegue se beneficiar com as metodologias desse recurso. Um exemplo foi o surgimento da necessidade de mudar a forma de comunicação entre empresas e clientes.

As pessoas não querem mais apenas consumir determinados conteúdos: elas desejam também participar ativamente da construção da marca e sentirem, de algum modo, que são especiais e foram impactadas. 

As empresas precisaram mudar também os formatos de comunicação das marcas, alterando a linguagem e o tom de voz e ampliando os canais de atendimento que utilizavam — tudo isso para melhorar o Customer Experience.

Agora, elas estão nas redes sociais, e algumas aderiram a uma linguagem completamente informal. No entanto, essas mudanças variam de acordo com os setores e as necessidades estratégicas que precisam ser implementadas.

Tudo isso foi apenas porque essa tendência surgiu e cresceu, fazendo com que houvesse a necessidade de adaptação por parte das empresas. Quem não se adaptou, corre o risco de perder muitos clientes.

Portanto, podemos dizer que conhecer as tendências de mercado e de consumo pode ajudar a empresa a planejar, montar e executar estratégias para lançar novos produtos e serviços.

Por que adotar o cool hunting na sua empresa?

As empresas só têm a ganhar ao adotar o cool hunting em seus processos. As ideias, as motivações, os desejos e os sonhos dos consumidores mudam o tempo todo. Isso é ainda mais válido em uma época tão tecnológica e marcada pelo uso intenso das redes sociais. Algo que começa na China, na Índia ou no Canadá pode se tornar uma tendência aqui no Brasil em pouco tempo.

Mais do que isso, o próprio brasileiro tem ditado algumas tendências, as quais têm mostrado repercussão significativa. Para que as empresas acompanhem todo esse movimento e não fiquem para trás, é importante observar as transformações da sociedade e dos mercados. Como Carl Rohde disse durante sua palestra na Mutant University:

 “É um mundo plano, qualquer pessoa com uma boa ideia e acesso à internet pode competir.”

Mesmo empresas consolidadas precisam se reinventar para acompanhar as transformações culturais. A Kodak dominou a área da fotografia por anos, mas foi muito lenta para acompanhar a transição para fotografias digitais e, em 2000, fechou as fábricas.

A Blockbuster sabia que os meios digitais eram uma ameaça, mas como não se reformulou ou inovou, acabou perdendo para a Netflix, que ofereceu o serviço de streaming e conseguiu captar esses clientes. Será que se a Blockbuster tivesse a real consciência da importância de se adaptar às transformações e utilizasse os serviços profissionais de um cool hunter isso teria acontecido? Provavelmente, não.

Então, entenda agora quais são os primeiros passos a serem dados nessa área. 

Por onde começar?

Para começar a implementar o cool hunting na sua empresa, você tem duas opções: aprender a tarefa por conta própria ou contratar um profissional para fazê-la.

De fato, existem palestras e cursos sobre o tema, mas é importante lembrar que o cool hunter é responsável por pesquisar — em livros, eventos, na internet e em campo — quais são as experiências de compra, as tendências de consumo e tudo o que possa agregar no mapeamento das novas tendências.

É importante entender o passado e estar consciente do que ocorre no presente ao redor do mundo. Isso demanda tempo, energia e experiência, já que a bagagem de conhecimento ajuda muito no processo.

O que é preciso para ser um cool hunter?

Para exercer a função, é necessário que o colaborador tenha curiosidade, empatia, intuição e estratégia. Embora existam cursos livres no Brasil e pós-graduações fora do país, é possível exercer as atividades com observação e interesse pelo comportamento dos usuários.

Ser um cool hunter é mais do que pesquisar. É necessário ter atenção a todo cenário atual e as mudanças que correm, tentando entender as origens das transformações e quais são as próximas que devem acontecer. Com isso, a tomada de decisões das empresas pode ser prevista.

Lembre-se de que as tarefas do profissional são diferentes das realizadas nas pesquisas de mercado, já que, neste caso, a pesquisa tem objetivos mais específicos em um público bem específico. O cool hunter, por outro lado, deve observar o comportamento e as experiências de consumo em geral para fazer diversas previsões que podem ser úteis para que a empresa tome decisões mais estratégicas.

Ou seja, o cool hunter vai além e observa, coleta dados e analisa para criar um mapeamento sólido e certeiro que colabore com a implementação das estratégias da empresa.

Já é possível terceirizar esse serviço, o que pode facilitar ainda mais a implementação, pois a empresa não precisa se preocupar com diversas questões. É necessário apenas contratar bons profissionais e manter-se atento às informações que eles trouxerem.

Coolhunting: o que é? Agora você sabe responder. E pense nisto: a melhor prática é procurar boas opções no mercado, já que a maneira certa de adotar o cool hunting é contratar uma equipe especializada, que tenha expertise, além de um acesso a dados que asseguram mais agilidade e eficiência no trabalho.

Achou o tema interessante e quer saber mais a respeito? Assista a este vídeo incrível da palestra da Mutant University e entenda ainda mais sobre cool hunting!

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