Já passou da hora de furar essa bolha: diversidade cultural é tudo
Algumas palavras combinam demais, como digital e diversidade cultural. A gente fala em furar a bolha, mas a verdade é que ela já foi furada, pois nunca estivemos tão próximos do que [e de quem] é diferente — por causa do digital. Mas e aí? O que fazer com isso? Bom, se somos diferentes, cada um reage de um jeito. Só que às vezes “a coisa pega”.
Um papo rápido com o Mestre Yoda resolveria fácil certas brigas de Twitter, mas enquanto ele não aparece pra conversa, dá pra dizer que “empresas privadas suas políticas decidir vão”. Seus clientes definirão se elas estão corretas, e eles são, adivinha o quê? A própria expressão da diversidade.
A grande sacada dessa história toda é que entender os processos e as barreiras da diversidade não é suficiente pra fazê-la fluir. Tomar consciência é um passo, mas precisamos dar os outros. Siga com a gente!
#What: entendendo a diversidade cultural
Pra começar, o conceito. Diversidade cultural é toda diferença de uma cultura em relação à outra. Ela revela uma rica variedade de características que carregamos e que integram as tribos sociais a que pertencemos. É manifestada na forma como nos vestimos, na música que ouvimos, na linguagem que usamos e em outras tradições que carregamos.
Ao mesmo tempo, normalmente, ela tem traços ligados às nossas etnias, aos nossos costumes e à região em que vivemos. O problema é que, apesar de estarmos em uma sociedade diversa, existem características — por preconceito, consequências históricas e influências variadas — consideradas superiores. Mesmo quando não é o caso, acabam por serem comuns e influentes, inclusive nas empresas.
#Why: as motivações pra valorizá-la
O primeiro motivo pra tornar a diversidade presente nas empresas é responder à percepção de que algo impede a essa diversidade ser representada nas empresas, mas tem mais!
É o propósito que move as pessoas
Uma equipe eficiente pode fazer um trabalho incrível apenas motivada pela possibilidade de viver bem, com conforto e certa segurança, mas se engajar? Nunca! Não como alguém que encontrou um espaço, uma cultura e uma visão que ela compartilha. O propósito move a gente, e a diversidade, além de representar um propósito justo, abre espaço pra que mais pessoas sintam que estão no lugar delas.
A sociedade está de olho no posicionamento da marca
Os millennials você já sabe: correm de marcas que não se posicionam positivamente em relação às causas que eles valorizam. E tem de ser uma posição autêntica. De modo geral, a sociedade está engajada e preocupada com uma atitude responsável.
Até uma experiência maravilhosa pode facilmente ser questionada se o público perceber que ela é entregue às custas de danos ao meio ambiente, exploração de trabalhadores ou preconceitos que limitam a diversidade.
A criatividade é produto da diversidade
Essa é fácil de entender: ideias diferentes surgem de mentes diferentes! Sendo assim, equipes cheias de diversidade tendem a ser mais criativas, desde que saibam lidar bem com essas visões variadas — o que também ajuda a potencializar o squad.
Talvez você já tenha ouvido que o suíço que inventou o velcro se inspirou no picão — aquele matinho que gruda na calça e na meia quando caminhamos no mato. Parece que Georges de Mestral nos visitou e, no lugar de reclamar do incômodo, preferiu pesquisar o motivo daquela coisa grudar na gente. Quantas pessoas sofreram pra tirar aquelas coisinhas inconvenientes antes de fazer a pergunta certa?
Se a história é verdadeira e exatamente como contam, não sabemos. Mas é certo que a cultura do Georges, que inclui o conhecimento dele, oferece um tipo particular de percepção e atitude. Isso permitiu a invenção de algo tão simples e útil — mais visões diferentes = mais ideias diferentes.
A diversidade favorece a inovação
O caso do picão, da meia e do velcro já fez a ligação que a gente precisava com a inovação, não é? Só que, nesse caso, não bastam ideias: é preciso abertura pra sugerir formas variadas de resolver problemas e um orçamento disponível pra novos projetos. Começar pela diversidade é um excelente passo pra criar uma cultura de inovação.
Os maiores talentos são diferentes
Nem precisa explicar: ninguém se destaca por ser igual. O problema é que, sem diversidade cultural, quem tem talento diferenciado pode não se sentir à vontade. O ambiente ideal, que preenche a alma dos maiores talentos é, sem dúvida, cheio de variedade, dinâmica, flexibilidade e riqueza de relações e interações. As diferenças são saudáveis pra experiência do colaborador.
É um dever pensar e agir pela diversidade
Alguns dos tópicos acima podem dar a ideia de que as empresas devem investir na diversidade porque ela favorece a competitividade, a produtividade e até o lucro. Em princípio, não há nada de errado com isso, mas pode não ser o suficiente.
Ter consciência da importância da diversidade demonstra autenticidade e produz um efeito bem melhor, pois motiva a aceitação — algo diferente e muito superior à tolerância. Nos próximos tópicos, vai ficar claro que tolerar é pouco.
#How: aprendendo a diversidade
A parte fácil está no “o que” e no “por que”. O grande desafio está no “como”, e é o que vai fazer a diferença. Sempre que falamos de cultura é assim, não é? Pra que uma nova tenha efeito, a gente precisa se transformar por dentro e o mais fundo que puder.
Cultura organizacional
Pra que a gente supere a tolerância e garanta a aceitação tem que mudar a cultura. Assim, quem é diferente fica à vontade e se sente parte dela. Mesmo uma equipe eficiente e diversa vai permanecer limitada se parte do time agir de um jeito excludente.
Em outras palavras, a inclusão não acontece só na contratação, mas também no dia a dia, nas interações — exatamente como no caso do cliente, que precisa viver uma boa experiência em cada ponto de contato, canal e contexto.
Então, não pense apenas em diversidade cultural, mas em pessoas diferentes. A partir disso, busque demonstrar o que todos têm a ganhar com a aceitação uns dos outros, o que podem aprender, dividir e como desenvolver a humanidade com uma atitude melhor.
Promoção de eventos
Eventos são ótimos pra demonstrar as vantagens da diversidade e a beleza dela. Arte, entretenimento, treinamentos lúdicos sobre o tema, dinâmicas e vivências variadas podem abrir as portas da percepção de quem resiste ao novo.
Recrutamento cego
Várias empresas desenvolvem processos seletivos exclusivos pra minimizar o problema da falta de diversidade. Recentemente, alguns se tornaram casos polêmicos, por limitarem programas de admissão de trainees a candidatos negros — depois de perceberem que eles tinham pouca participação nesses processos.
Polêmica à parte, o fato de a empresa constatar que poucos negros chegam ao final do programa, mesmo tendo condições, revela uma falha nas seleções. O recrutamento cego é uma ótima alternativa pra resolver isso porque os candidatos são selecionados sem que os recrutadores saibam da cor da pele, do gênero e de outras classificações que dão chances ao problema.
A verdade é que, no mundo digital, diversidade cultural é um componente indispensável. Mas ela nos obriga à vigilância e ao aprendizado constantes sobre como fazer a sociedade funcionar. O caminho pode parecer longo às vezes, mas “chegar lá a gente vai” — antes de conquistar as estrelas.
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